terça-feira, 20 de maio de 2008

PORTO DE PESCA DE ESPOSENDE : PROMESSA CENTENÁRIA DOS POLÍTICOS


Incentivar parcerias com os concelhos do Cávado – Esposende, Barcelos e Braga

O Clube Rotário de Esposende, em reunião festiva no Hotel Nélia a 16 de Maio/2008 debateu a inesquecível promessa de melhorias na barra do rio Cávado, e a conclusão, é : sem o canal para trânsito de embarcações de 12 metros, com a necessária segurança, a classe piscatória, em breve desaparece, como já o foi, na construção naval. O assoreamento do rio é a realidade.

Numa antevisão do texto sobre a palestra do Eng.º Oliveira Martins, “a vedeta” da noite, depois de ser informado sobre o anunciado programa Polis, de 90 milhões de euros, para requalificação da frente marítima entre Apúlia(Esposende), restinga de Ofir, S. Bartolomeu, até Caminha, , que o terá surpreendido, respondeu-nos: “Saí do Governo em 1991, depois de ter passado por funções de muita responsabilidade em várias matérias relacionadas com obras púiblicas e portos, entre outras, das quais guardo, de Esposende, um conjunto de peças e gráficos sobre esta obra; aliás, foram dois mandatos no Governo. Desconheço o que se passa, mas a certeza é : não se deve deixar de insistir e de pressionar sobre as obras. Todavia, diria ainda: “é de ter em atenção que o local onde existe boa qualidade de peixe em quantidade, leva a dizer: sim ou não, alterar este meio, onde abunda o peixe” !

A reunião seguiu as tradicionais cerimónias e, depois da apresentação do palestrante, João Maria de Oliveira Martins, Eng.º de obras públicas e Comunicações, citou datas sobre os últimos acontecimentos e contactos, referiu o Eng.º Sá e Cunha, quando no Conselho da Revolução e da tentativa de mudar o rumo ao destino de Esposende e consequente melhoria das condições do trânsito na barra do Cávado, por alturas de Julho de 2006; conclui-se pela reconstituição da restinga, sem riscos devido ao assoreamento e o seu desaparecimento, situação que prejudica, grandemente, o viveiro do melhor peixe do nosso mar. Aliás, é sabido, no Foral de Vila para Esposende, D. Sebastião, em 1572, sabia que o Mar seria o seu futuro.

O palestrante, sobre o estado do rio Cávado, assegurou que é desconhecida a força que rasgou a barra tão longe de Esposende. É que D. Maria II escolheu o Engº Custódio Vilas Boas, técnico competente para encanar o rio para permitir o trânsito de embarcações até ao mar, que as invasões francesas, entretanto, abortaram, com o brutal assassinato deste técnico e oficial de Engenharia. Mas, por 1899, o Engº Loureiro, que era da nossa região, foi encarregado da obra, relatório, disse, “está na minha posse. Mas foi de encontro às indicações do Eng. Manuel Barros, com resultados, disse, a serem condizentes. De resto, nenhuma obra se fez com o Cais Bilhano, recorda o naufrágio de Outubro de 1888 e de morte brutal de 24 pescadores dos 25 a bordo. A Rainha, depois de saber da miséria dessas famílias, interrompeu a campanha às vítimas do grande incêndio do Teatro Baquet, do Porto, porque a situação de Esposende era muito mais grave. Este episódio mereceu um poema de João do Minho. João Amândio transformou em homenagem póstuma, como monumento.

Passados 16 anos, depois desta toada de passos dados sem obra feita com segurança pois, bastaria o canal de 30 metros pelo mar dentro, para facilitar a navegação, isto por volta de 1985, porque na função de Secretário de Estado, com o IV Plano de fomento, de que foi autor o Dr. Mota Campos, a revolução dos cravos, em 25 de Abril de 1974 abortou o projecto e lá se foi mais esta oportunidade. Porém, em 1989/91, a sul, o estudo do actual molhe, em fundos arenosos, teria de ser construído; porém, passados 16 anos, na Casa do Arco, o Professor Gaspar deu conta da solução. Tudo por fazer, os pescadores, em fase de extinção, devem manter a luta. VAMOS POIS A ISSO!

No momento do presidente, Adelino Marques, homenageou os pescadores do Concelho de Esposende nas pessoas de Augusto Silva e André Cardoso, “os seguidores dos ideais de D. Sebastião ditadas no Foral de Esposende”, com entrega de medalhas de Mérito, enquanto o Engº Oliveira Martins recebeu o Medalhão do Clube Rotário.

Porque o ano de mandato está prestes a encerrar, o presidente Adelino Marque entregou a medalha do Clube aos associados companheiros : Losa Capitão, Jorge Pereira e à Dr.ª Susana, pelos serviços prestados.

A concluir, sabe-se que passam pela barra do Cávado 4.200 embarcações, mas não permite o trânsito de embarcações de 12 metros. Presentes à reunião, representantes dos Clube de Esposende, Braga e Barcelos e entidades que habitualmente acompanham as actividades do Clube Rotário.

Artur L. Costa, Esposende

colaboração com o "FALCÃO DO MINHO"

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