terça-feira, 27 de outubro de 2009

ANTIGAMENTE, EM ESPOSENDE, ERA ASSIM…?
“Correm mosquitos por cordas…” era assim que as gentes anunciavam as “trovoadas” de outras eras; era assim, que as novidades chegavam às tertúlias, onde tudo era dissecado, até à medula.
Agora o sistema, contrariando o “antigamente” e, por mais estranha que nos pareça, toda a gente já tem fotos das antigas, onde se vê o velho tio ou o avô, as pessoas mais importantes do passado; outro tanto, as fotografias de recantos pitorescos e aprazíveis de Esposende, com ou sem gravação do nome de autores dessa época, sem que saibamos de onde vieram tais relíquias. Origens desse passado?
Podemos garantir que tem havido um rodopio constante de encontros e desencontros, até que, num repente, toda a gente sabe a proveniência ou de que mãos apareceram tais relíquias. Podemos afirmar, por isso, aos nossos leitores, que dispomos de postais sépia trabalhados em Barcelos nos anos vinte; fotos de Fão antigo, talvez umas vinte; nem sei quantas sobre o Colégio Infante de Sagres com fases de brincadeiras de alunos, ou de grupo; fotos da Ribeira, com redes ou a roupa a secar esvoaçante pela nortada, o norte fresco e forte, onde se esclareciam os porquês de tão cheias como se tivesse gente lá dentro; episódios sobre os naufrágios mais importantes, junto da nossa costa marítima; biografias de gente dessa época e por serem habilidosos artificies das mais variadas especialidades, desde Clérigos até pedreiros, pintores e letrados, Juízes...
Também intelectuais e políticos, endinheirados ou pobres que lutaram pela vida nos países, onde era gratificante trabalhar e vencer na vida; que mais poderíamos contar aos mais novos que raramente lêem essas histórias, ainda de idade jovial, recente…
Aconselha-se, pela experiência, nada de exposições ou eventos semelhante pois, em regra, alguém perde material de grata recordação, por trocas ou baldrocas, além de apetecidos descuidos com os empréstimos. Já não se pode ser, assim, tão bom rapaz. Mas em Esposende, ouvi muitas dessas histórias do saudoso António Viana de Vilas Boas, um esposendense de valor, com enredos dessa espécie, choroso com os males desse tempo; hoje, Deus nos livre, tais desencontros e mal dizer. Como é costume: e esta hein?
Artur L. Costa

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