terça-feira, 14 de julho de 2009

O SELO DO AMERICANO


CRÓNICAS DE ANTIGAMENTE – 6 O SELO DO AMERICANO
Quem havia de pensar que, um selo postal viria a regressar á origem, depois de carimbado nos correios de Esposende, em 20 de Dezembro de 1906. A história conta-se em breves palavras.
O mister Ed. abreviatura de Edmond, um californiano casado com uma portuguesa natural da Póvoa de Varzim; que fora oficial da Marinha Mercante dos E.U.A., radicou-se em Fão e, nas conversas informais de todos os dias, um dia falou-se em selos. Declarou-se um apaixonado por colecção de selos, embora no seu sorriso muito peculiar, acrescentasse ser mau coleccionador.
Neste deambular e de tantas voltas aos temas, diria, então: Vou mostrar um selo postal: vais gostar!?
De facto, certo dia, mostrou o selo postal, emissão de D. Carlos primeiro, carimbado em Esposende com perfeição, em 20 de Dezembro de 1906, perfeito, em bom estado, estimado.
Sem dúvida: era um facto raro tais relíquias e, mais a mais, quando contou a história do seu aparecimento. Disse, então, muito simplesmente que, um dia, num dos portos de Singapura, onde aportava bastas vezes, no deambular frequente pela cidade, viu com surpresa, uma carteira de selos portugueses, já usados. Achou interessante a surpresa e adquiriu-a. Em casa, depois de abrir deparou com o selo carimbado em Esposende. Vai daí, guardou tal relíquia e, quando chegou a Fão, tempos idos, encontrou o selo, um tanto abandonado e convencidoo do seu reduzido valor; porém, lembrou-se onde o poderia deixar: nem mais nem menos no “Postmaster” local. Em boa hora, pois que volvidos naquela época, 76 anos, (estávamos em 1986), este regresso às origens era merecedor de outro sabor: a notícia que deu a volta ao Mundo através das nossas agências noticiosas.
Mister Ed., entretanto, regressou à sua Pátria, a Califórnia, aí faleceu uns anos depois… E, pela amizade que nos uniu longo tempo, esta curiosa história dos Correios portugueses, em sua memória.
Artur L. Costa, Esposende

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