O SEGREDO DA RAINHA VELHA, NA ERA DOS DESCOBRIMENTOS

“O corpo do Rei D. João I jazia num caixão no meio da Sé…” Já corria pela cidade o dito costumeiro no século XIV – XV: “REI Morto –REI Posto”, “VIVA o REI”. O romance histórico tinha direito a ser volumoso em que a Infanta Beatriz será a figura de proa. Por isso, D. Duarte e futuro Rei, aprestava-se à sua aclamação ao trono, muito embora constrangido, segundo apreciação do seu médico.
Dia 14 de Agosto, D. João I, quando completava os 77 anos de idade, era o que tinha a dizer o seu médico a D. Duarte; afinal o pedido de adiamento da cerimónia da aclamação era o que podia fazer-se…
A obra lançada a 6 de Dezembro findo, no Porto, é uma das que obedece ao tema Mulher, o preferido por Fina d’ Armada, a sua especialidade.
Se atentarmos bem a coincidência é de tal ordem que, se foi esta Dinastia a dar um salto no desconhecido, é pretexto para se confirmar da capacidade da autora neste tipo de trabalho, sabendo-se do seu agrado quando na defesa da Mulher.
Esta obra, além de pôr em destaque uma das Mulheres mais notáveis da sua época, na Ínclita Geração, ou a do Príncipe Perfeito, consegue pôr em paralelo Homem ou Mulher do passado com reflexos no presente. É que, em nossa opinião, com o desenrolar da História de Portugal, mais o desenvolvimento da Mulher, obriga-nos a pensar, maduramente, que no século XXI o tratamento no confronto entre Homem ou Mulher dos nossos dias, são “Gigantes” na administração do reino de Portugal, d’ Aquém e d’ Além Mar, quando se embrenharam no desconhecido, enfim a potência que fomos há 600 anos. De salientar, a Beatriz Rainha e Mãe, que foi governadora da Ordem de Cristo, controlada pelos Papas Católicos; com astúcia e muito engenho orientou a partilha do globo terrestre entre Nações vizinhas, irmãs. Por tudo isto, ultrapassa as circunstâncias esperadas nas descobertas, após “dobrar” o Cabo Bojador por Gil Eanes; soube pois, esgrimir os seus interesses com os de familiares. Com efeito, este apontamento serve para amostra da capacidade desta Infanta a quem todos temiam.
Artur L. Costa, Esposende