quarta-feira, 30 de abril de 2008

AGORA EN13... SIM... E AGORA?

Esposende queixa-se…Por: Artur L. Costa

No decorrer de alguns eventos ocorridos na semana de 3 a 10 de Abril findo, vieram a público algumas acções, devidamente programadas que motivaram encontros e festejos em Esposende. O aniversário dos bombeiros voluntários trouxe à liça, um dos mais badalados acontecimentos que visa aplicar PORTAGENS à principal via de acesso à Galiza, que atravessa o concelho de Esposende em todo o seu comprimento, isto é, desde Apúlia, a sul, até Antas a norte. Do que foi dito e redito, entre outras situações, os constrangimentos desta importante via rodoviária que mudou de nome, por várias vezes: EN-13, depois IC1, agora A-28, recordando-se que, enquanto Nacional 13, foi apelidada de estrada da morte. O nome é trágico, mas veio em consequência de numerosos acidentes mortais, que chegou a ter a média de um morto por dia. É muito? É medonho?
Foi publicado em 22 de Maio de 2006, em Jornal de Esposende, sediado na Póvoa de Varzim, um trabalho interessante sobre a matéria(a) de que citamos alguns passos: “Recordar-se-ão dos tempos da estrada Nacional 13, era a mais fervilhante e dinâmica via do deste concelho”, com dificuldades aflitivas na travessia da ponte de Fão, entre os graves acidentes desde esta perigosa travessia até “lamentáveis sinistros em Belinho e Antas; que ninguém se esqueça que “durante anos, a principal ligação entre Portugal e Galiza… “ era a única.Será caso para recordar, também, quando “uns iluminados decidiram que a linha de caminho de ferro deveria terminar na Póvoa de Varzim, deixando-nos órfãos daquele que se revelou porventura, o mais importante veículo de desenvolvimento no meio rural português, o COMBÓIO”. Entre outras importantes e sólidas considerações sobre o tema, o nosso conterrâneo refere-se à nova via A-28, como a melhor para chegarmos até ao país nosso vizinho da União Europeia, a Espanha e dos benefícios que daí adviriam. O que nos aconteceu, então, passadas as fases de regozijo que as populações manifestaram pelo melhoramento? “A nossa N-13, depois da desejada A-28, tem-se vindo a degradar, num único sentimento de INUTILIDADE e numa espera angustiante por um nova vida…” E, repete-se: “Perguntamo-nos, que carácter deve assumir a N13? Fará sentido continuar a ser uma terra de ninguém, onde a ambiguidade impera?” Mais à frente, diz o nosso correspondente: “Acredito, a redefinição da N13 poderia transformar esta via num veículo de dinamização municipal. Esposende é um concelho de singelas dimensões e com reduzido número de freguesias, contudo a maioria delas parece coabitar mais intensamente com os municípios vizinhos, Viana do Castelo, Barcelos, Póvoa de Varzim, do que propriamente com a sede.” Sem dúvida, o abandono desta importante via e o que se passa quanto ao futuro, degrada esta região do litoral minhoto, talvez em favor de interesses políticos, até partidários, porque interessa colocarmo-nos na cauda da Europa, de outros concelhos mais atrasados a cirandar à nossa volta.Mas, a “guerra” agora é mais complexa: Teremos de pagar os erros de políticos de antanho, pagando PORTAGEM, mesmo depois de tantos anos de sacrifícios e de luto pelas mortes na estrada N13? Quem terá de pagar ?


(a)Pedro Ferreira, arquitecto

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