sexta-feira, 2 de julho de 2010


MEMÓRIA DE ESPOSENDE – Da escritora Agustina Bessa-Luís
Do texto publicado no programa à Senhora da Saúde, 1993
Retratar Esposende em prosa, com intelectualidade e fidalguia, só uma autora com a capacidade de Agustina Bessa-Luís, uma das admiradoras desta região minhota. Seria, em nosso entender, um bom mote para outro melhor prémio literário, como é o Nobel, outro para competir universalmente.
De facto, “Memória de Esposende” é um texto de fino pendor intelectual, que se inicia com esta afirmação: “Do Mestre licenciado André de Resende proponho estas palavras; “tão antigo costume é estimar a memória antiga…D. João III estimava Resende pelo saber e virtude; ele era a pessoa contente e satisfeita com os seus estudos e repouso literário, porque, “os homens dados às letras com letras servem. Da í ter ensinado latim ao velho Carlos V; mais afrente: D. Sebastião, esperança do reino em que para vos servir nascemos, dado a nós por Deus, pedido a Deus por nós… E um trânsito quebrando nos comove”.
Esposende tinha duas almas: a do sul, que era piscatória, e a do norte, que era banhista. Uma era feita de gente natural e misteriosa. A alma do sul já existia quando o reizinho D. Sebastião jogava às laranjas com os seus cortesãos…
A descrição da “ nossa” escritora deixa-nos este suspenso, para aguçar o resto da história sobre Esposende.

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