terça-feira, 1 de novembro de 2011

A FUNDAÇÃO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA

A FUNDAÇÃO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA
DE ESPOSENDE – RESUMO HISTÓRICO
Nota: Não tem data nem assinatura do autor; coordenação, de Artur L. Costa
Hoje é vez de apresentarmos o resumo histórico da Santa Casa da Misericórdia, das mais antigas da Cidade, pois tem a idade do Foral.
A elevação de Esposende a Vila, por Foral de 19 de Agosto de 1572, está justificada a mercê concedida por D. Sebastião: pela sua zona portuária, pelo centro urbano em crescente desenvolvimento, mais as potencialidades rumo ao futuro.
A realidade observada permite nova versão: a Santa Casa da Misericórdia, mais precisamente, a 15 de Agosto de 1579, coincidente com a data em que o Cardeal – Rei D. Henrique, a conceder o Alvará régio deferindo a petição de oficiais da Câmara de Esposende, de ”edificar na dita Vila igreja e casa da Misericórdia , porque tais instituições eram o símbolo e sinónimo de progresso. Assim aconteceu.
Á medida que apareciam novos povoados, cujo desenvolvimento e progresso eram reclassificados, o exercício e a prática das catorze obras e misericórdia, compromisso legado e assumido a longo os séculos, desde 1498. Era chegado o momento de Esposende, quando a Rainha D. Leonor, de colaboração de Fr. Miguel Contreiras, foi instituída a Real Casa da Misericórdia de Lisboa.
Foi em 11 de Outubro de 1590, por Alvará de D. Filipe I, é concedido pelo monarca “que o provedor e irmãos da casa da misericórdia da dita vila possam usar os privilégios que da misericórdia de Lisboa”.
De anos anteriores existem doações de prédios à Misericórdia de Esposende, com especial destaque para a doação de bens feita por Manuel Gil e sua mulher Catarina de Faria, Gregório Gil e de sua mulher Isabel de Gouveia, Gaspar de Barros e sua mulher Filipa Cardosa, António Dias e sua mulher Isabel Gil e Mariano Ribeiro, solteiro, “homem que passa de vinte e cinco anos” todos moradores em Esposende, em 25 de Junho de 1589, para fábrica da vista “nela se dizer missa”.
Outros privilégios se seguiram pelos nossos reis, como por exemplo, o “alvará régio de D. Afonso VI, de 10 de Julho de 1862, onde se refere a existência da Capela do Santo Cristo, reforçando a autonomia do Provedor e irmos da Misericórdia, na administração dos legados “que se deixavam à dita capela” e um outro do mesmo monarca datado de 5 de Dezembro de 1680, concedendo a imposição sobre o vinho vendido na vila, à razão de “trezentos e vinte reis por cada pipa”, para obras de reparação da igreja e casa da Misericórdia.
Ora, a principal actividade da Misericórdia consistia, em especial, na prática de obras de caridade sobre os mais carenciados, porque era esta a sua obrigação conforme estatutos e compromissos assumidos, quando estávamos nos séculos XVI e XVII. Era uso nas épocas, igualmente o culto da hospitalidade de peregrinos e passageiros que rumavam a Esposende ou tinha necessidade de aqui passarem; também, das inúmeras formas utilizadas para cozer e distribuir pão pelos necessitados, bem assim as esmolas distribuídas aos domingos; igualmente, das obrigações de “rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos, “curar enfermos e enterrar os irmãos falecidos.”
Outras obrigações eram impostas e, “desde o século XVII que a Misericórdia de Esposende teve sob a sua responsabilidade um hospital, cuja finalidade, de acordo com a práticas eram as obrigações consagradas e já referidas.
Importa salientar que após a privatização do Hospital Valentim Ribeiro, cuja história tem muito para se revelar, entre outras, a acção caritativa do patrono do Hospital, as dádivas obtidas, quer no decorrer da construção do edifício e sua conservação e como tal, a ampliação de prestação dos seus serviços, que se veio a estender a crianças na creche - jardim, o Centro de Apoio social destinado a idosos. Aliás, o Centro Social Ernestino Miranda, em continuação aos serviços prestados no decorrer da sua fundação, constitui, ainda, a sua principal componente religiosa (canónica, afinal) é, por isso o contexto sócio - económico de relevância para se justificar a elevação de Esposende a Vila e concelho por D. Sebastião, em 19 de Agosto de 1572. A instituição, a continuar, terá de merecer sempre atenções e cuidados na gestão permanente, também de acordo com estatutos e preceitos religiosos

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