segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O NATAL DE ESPOSENDE, ERA ASSIM…


Quantos anos se passaram já, em que a quadra natalícia era diferente! É difícil arriscar datas; talvez uns cinquenta anos bem puxados? Talvez não! A recordação não tem idade e a memória, qual fita magnética vai gastando com o uso, com o desfiar do tempo. Mas o Natal em Esposende teve o seu período áureo, talvez lírico! Ou profundamente religioso com a mística do Menino Jesus enraizada nas gentes, numa doce tradição, matizada de profano e de religioso: Pai Natal, Presépio, Árvore de Natal! A pequenada dessa época vivia a quadra de Natal intensamente, excedendo o habitual, esquecendo-se de tudo quanto era menos bom. Mas a novena ao Menino Jesus, na Igreja Matriz, antes do bater das Trindades, era obrigatória…Terminadas as aulas da Escola Primária, o largo Rodrigues Sampaio, defronte à Matriz enchia-se por completo com o rapazio. E, enquanto uns matulões jogavam à bilharda com o tilintar de vidros partidos por falta de pontaria, perante o ralhar e das imprecações dos lesados – outros, mais pacatos dedicavam-se ao jogo do pião, com as bicadas matreiras de escavacar o pião dos outros concorrentes. Mas havia, também, quem preferisse o reler dos versos aos Menino Jesus, de trautear a cantiguinha da novena, com o tradicional “Infante suavíssimo, por quem suspiramos” bem repenicados, de compasso a preceito para sair bem afinado. Dentro da igreja, o reboliço era de ensurdecer, com tanta pequenada irrequieta. O Piriri, o sacristão, que Deus haja, andava numa roda-viva para aturar tanto filho da mãe, como tantas vezes dizia. O Arcipreste, paciente e bondoso suportava o bulício das crianças que sempre adorou. E à medida que o período das novenas chega ao fim, aguçavam-se os apetites. Que bom dizia-se, está o Natal à porta e, com ele, as guloseimas, os prazeres da boa mesa, a ansiedade das prendas caídas pela chaminé. Ah rapazes! Tantas coisas boas: vinho fino, rabanadas, mexidos, nozes e figos… E o bacalhau demolhado com as batatas cozidas… E o polvo seco, com arroz fresquinho, a fugir pelo prato, o acepipe que se comia pela noite dentro. Vinho quente… Não se comia caldo nessa noite de consoada, gabava-se a rapaziada. Para os ricos ou pobres, a Noite era de ser bem servida e melhor comida, na paz e harmonia do lar, com a família reunida ao redor do mesmo espírito cristão, à espera do nascimento do Menino Jesus. E vinham depois, as prendas conforme o pecúlio de cada família, isto só lá para o fim da noite. No dia seguinte, então, era a verdadeira festa; a montra dos brinquedos era na rua. Toda gente experimentava o seu brinquedo o outro, numa sã convivência da sociedade, aparentemente despreocupada. As ofertas do Menino Jesus eram, sempre, um encanto! Cada Família, pela devoção, deixava junto ao presépio da igreja – preparado com religioso cuidado e realismo, pela devoção, deixava junto ao presépio um brinquedo, objecto, ciosamente escondido numa embalagem vistosa, para bem impressionar no momento de leilão das ofertas, acto que se realizava em finais do ano.

Mas o Natal de Esposende não era só isto...

Artur L.costa colaboração Miguel Costa

RAPAZES DO MEU TEMPO


Quando encontramos esta foto com os seis rapazes do meu tempo, foi uma surpresa pois, éramos um grupo sempre em actividade, em Esposende.
A data da foto, segundo a anotação, é de 14 de Julho de 1952. Teríamos 18 anos, sempre despertos para as mais diversas brincadeiras, desde jogar futebol na Ribeira; fazíamos parte do grupo coral júnior da Igreja matriz; alguns, alunos do colégio Infante de Sagres, e talvez, em cada uma das actividades seríamos poucos, para se cuidar de tudo; mas é dos vivos que teremos de recordar e sentir saudades para quem já foi desta vida. Cada um terá a sua história que já não cabe neste espaço.
Quem era, então, o grupo aqui representado? Artur Costa, Carlitos Enes Magalhães, Arlindo Cardoso, este no Brasil; Álvaro Amorim, Orlando Araújo (barbeiro) e o Toninho Lila, da Grazina, antes: António Manuel de Barros Lima.
A foto foi tirada junto ao palacete de Adriano Vieira e defronte à Escola Primária, junto da
EN-13, de caminho para Viana.

Artur L. Costa

domingo, 15 de novembro de 2009

INAUGURADO FÓRUM RODRIGUES SAMPAIO – 600 MIL € INVESTIDOS
REVITALIZAR O CENTRO URBANO DE ESPOSENDE

No dia 14 de Novembro, abriu ao público as instalações destinadas à Assembleia Municipal, onde ficará centralizado o maior poder autárquico de Esposende.
Presidiu `a sessão de abertura, o presidente eleito, António Couto dos Santos que, na sua intervenção fez saber: a partir de então, que será neste edifício sediado o Poder autárquico local; outros eventos poderão aqui realizar-se se houver as condições necessárias para o efeito.
Na sua alocução, o Eng.º Couto dos Santos usou a temática, Poder Democrático, Regionalização, mais o dever de serem discutidos e, rigorosamente cumpridos os mais elementares deveres democráticos além dos direitos e deveres dos cidadãos do concelho.
No decorrer da sua intervenção, considerando que Rodrigues Sampaio foi o esposendense mais célebre na política dos eu tempo, merecendo-lhe dissabores e contrariedades que o tempo não apagou. Daí referir à situação política e social, cuja onde avassalou o nosso país, correndo-se o risco de maior crescimento, que venha a perturbar o normal ciclo político e social como de há tempos se fazia prever.
Das premissas, então enunciadas para normalizar a situação neste período, salientou: empenho na futura regionalização do país, com centralização/ concentração da ordem democrática, trabalho conjunto dos Partidos representados pelas recentes eleições em Esposende; combater o abuso do envelope mistério, para subverter a autoridade Democrática. É que, Portugal, continua a desconhecer o trato e as posições de alguns políticos, cujo traquejo é sobejamente conhecido. Já basta!
Diria, ainda: se a classe política, na sua função após as eleições, continuar a servir-se e a não servir quem os elegeu, a situação tenderá pelo seu agravamento.
O Orador seguinte, presidente da Câmara, João Cepa, começou por saudar os convidados e autarcas, presentes nesta sessão memorável, pois o local, está irreconhecível face aos anos transactos, de agremiação e apoio à lavoura concelhia. Por isso, elogiou os autores das várias fases para a sua recuperação de edifício de século XVIII. Além de morosas negociações para expropriação, estudo e aproveitamento dos espaços, enfim, irreconhecível.
Esclareceu, de seguida, que este estádio para funcionamento da Assembleia Municipal constitui, para homenagear António Rodrigues Sampaio, estadista e político de nomeada e, ainda, para o exercício do Poder Autárquico, dispensando a constante mudança de local para o seu normal funcionamento.
A propósito, João Cepa, esclareceu que, Esposende, classificada de Excelência, viu que chegou a hora de “arrumar a casa”. Esclareceu ser tempo de Esposende dar prioridade a transformar a área urbana do centro da cidade em autêntica sala de visitas do Concelho, tanto mais que a Casa Mãe situa-se no centro cidade: também, o Centro Escolar, Central de Camionagem, Frente Ribeirinha do Cávado, mais o Fórum Rodrigues Sampaio. Mais haverá, certamente…
Falta dizer, dadas as circunstâncias benéficas existentes, coube a reputados técnicos da Câmara Municipal dar as voltas necessárias para conclusão desta obra que Marca, também, nova fase política e administrativa e pata os quais, os funcionários empenharam bem os seu conhecimentos. Mereciam receber mais que uma palmas, nomeadamente autores de

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

barroso da fonte

BARROSO DA FONTE, POETAS E TROVADORES

Recebi o exemplar de Poetas e Trovadores e alegrou-se saber dos próximos 30 anos de existência, a ocorrer em Maio próximo ano; também dos próximos 50 anos de existência n sua mão. Que bom é, para quem serve e labuta tantos anos ao serviço do bem comum, com a certeza de que não é fácil, em especial, a quem sente o dever de manter esta relação com o público, os seus pares.
De facto, que estamos nós a pensar e a fazer tudo para se ultrapassarem tantas incertezas do amanhã da imprensa que pretende dar vida à literatura portuguesa, nem só com privilegiados e sensaborões, com larga experiência de servir a quem serve.
“Poetas & Trovadores” beneficia da sua independência, terá o direito a dizer: Embora sempre pobres e menosprezados sempre foram os poetas, mas essa pobreza e essa falta de respeito do poder político para mandarem os políticos às malvas”. Bem feita??? Ainda bem que não servem para fomentar greves ou tumultos de qualquer espécie.
Bom Amigo: sejamos úteis ou não os portugueses, um dia terão o desgosto que merecem e aprendam, de vez, respeitar a quem os desgosta… Já basta de tanta leviandade.
Um grande abraço do Artur L. Costa, Esposende

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

PORTAGENS ATÉ VALENÇA… Que teimosia!?

Já lá vão uns meses… As reclamações sobre portagens na EN 13 até Valença ganha novo esforço, agora que as eleições nacionais terminarem e sem maiorias.
A EN.13, além de servir uma vasta zona no seu percurso até à fronteira norte, na Galiza; quando entramos no centro interior da Europa, em que os portugueses se utilizam para o cumprimento de obrigações de emprego, por onde muitos labutam com sacrifício para ultrapassarem a situação que nos atrapalha, em Portugal de hoje, ao bom sentido socialista.
“O Governo está a trabalhar a todo o vapor”, segundo noticia “O Vianense” que, ao citar tal notícia em tempo de Páscoa, parece uma “bênção” dada pelo céu...
Já não basta o sacrifício dos trabalhadores e cidadãos em busca de melhorias para enfrentarem os problemas sociais, têm de sobrecarregar com estes de origem extraordinário.
Entretanto, a EN.13, em recuperação até Valença, pois desde há tempos não têm faltado reclamações sobre o lastimoso estado de conservação do seu traçado. Então, portagens e ainda em más condições de transitar até à fronteira luso galaico, por onde se entra para a Europa Central. Sabe-se quais as verbas anunciadas para o efeito: 17,2 milhões € e conclusão de obras em 2010.Quem dera, senhores!

Artur L. Costa

POLIS

POLIS, AINDA, EM ESTUDO : 25,6 MILHÕES DE EUROS DE OBRAS…

Veio público, por noticia do JN de Viana do Castelo, de 10 de Novembro, o futuro arranque das obras da requalificação da orla costeira norte, entre Caminha e a Foz do rio Cávado, Esposende.
Integrada nos projectos do Litoral Norte, o valor das obras foram orçadas em 25,6 milhões de euros, que já tarda, depois de algumas dezenas de anos de espera. Por isso, se até agora, Esposende viveu de solenes promessas e, sempre se afirmou, através de porta voz que seriam já, agora, volta a surgir a promessa…
Estas obras de requalificação do litoral norte, previa-se o seu elevado custo e da sua aplicação, mais uma vez, lá para as calendas, bem ao sabor das hostes partidárias no poder.
Surpreende que haverá uma reunião em Viana o Castelo sobre a POLIS, obra que abrange uma tirada de 50 km do nosso litoral. Pelo andar desta carruagem, será que vamos ter um compasso de espera, mais curto que os anteriores?
Esposende, praias de Fão, Ofir, Suave mar, quando tal, ficam reduzidas a zero areal, restando vestígios de restos “mortais” de caravela seiscentista, dos tempos dos faraós…

Artur L. CostaArtur L. Costa

homenagem a H.Medina

TELAS DO PINTOR H. MEDINA NO MUSEU PIO XII – HOMENAGEM AO ARTISTA

No próximo dia 20 de Novembro, o Museu Pio XII vai homenagear Henrique Medina, segundo a notícia do JN dia 10, passado.
A homenagem é uma iniciativa da Associação dos Amigos do Museu Pio XII, acto que terá a presença de familiares , que durante longos anos viveu em Esposende e sobre a qual muitas das obras do saudoso artista foram inspiradas sobre a vida local e seus personagens mais característicos.
Nesta data, segundo a notícia, serão entregues duas telas inéditas: sobre Dianne Jergins e outra de sua mãe, Dorothy Gerjins, vindas expressamente dos EUA.
O Museu Medina conta com um importante espólio: 76 obras do autor. A cerimónia pretende homenagear o Artista e assinalar a data do seu falecimento.

Artur L. Costa

terça-feira, 10 de novembro de 2009


FORUM RODRIGUES SAMPAIO
Inauguração

No dia 14 de Novembro corrente, pelas 15.00 h vai proceder-se a inauguração e abertura das instalações do FORUM RODRIGUES SAMPAIO, onde vai funcionar o orgão, Assembleia Municipal.
O edificio antigo palacete de « fidalgos » de Esposende , passou por obras de adaptação e apos alguns tempos foi dado como concluido e destinado a serviços da autarquia. O edificio foi durante longos anos, o « Grémio da lavoura » do concelho de Esposende.

Artur L. Costa

sábado, 7 de novembro de 2009


CRONICAS DE ANTIGAMENTE

A fundação dos Bombeiros Voluntários de Esposende
Ao tempo, com a designação de Associação Humanitária e Beneficiente dos Bombeiros Voluntários de Esposende, os actos para a legalização desta Associação passou por várias fases que a sessão da Assembleia Geral de 6 de Janeiro de 1891, na casa de Lourenço da Costa Leitão, a Casa do Arco, hoje Biblioteca Municipal e onde funcionou o Colégio Infante e Sagres fundado em 1951, decidiu que se deveria constituir, fixando a jóia e a mensalidade para os sócios e, ainda, abrir subscrição para a constituição do corpo de Bombeiros e nomear uma Direcção composta por três membros para se administrar, sob sua responsabilidade, os interesses da Associação, isto a propósito da proposta do sr. Xavier Ribeiro Viana.
Nomear os directores, fixada a jóia e mensalidade aos sócios, o projecto tomou andamento e a tal rapidez que, Domingos Lopes da Costa é nomeado 1º Comandante do corpo Activo. Estavam os actos em 31 de Julho de 1926, coincidindo com a inauguração da cabine pública de telefone na Casa Havaneza. Entretanto, deficiências entre membros do Corpo de Bombeiros, levou à demissão do 1º Comandante e do 2º, este Ramiro de Almeida Cabral, em 25 de Março de 1933; contudo, as diligências na Assembleia Geral de 6 de Janeiro de 1891, retoma-se a 14 de Junho de 1926 na Assembleia realizada para o fim proposto, para recepção de material na posse do anterior Comandante, João Fernandes Faria Vasconcelos, ao tempo, Administrador do Concelho e da Câmara Municipal. São nomeados: Presidente – Dr. Sousa e Costa e convidado Domingos Lopes da Costa e Joaquim Nogueira Guerra, para Secretários.
No decorrer da leitura da acta, interrompe-se por incidente, que se julga entre o Comandante em fase de demissão de função que veio a ser retirada. No reatar foi eleita a Assembleia Geral, para dar continuidade dos trabalhos.
Daremos os pormenores pois, é a partir desta data que tem fundamento legal a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Esposende.
Como é do conhecimento geral, os B. V. de Fão são fundados em 24 de Setembro de 1926, com instalações inauguradas na Avenida do Senhor Bom Jesus. O livro, entretanto publicado, refere-se ao tema, mas Bombeiros de Fão.
Entretanto, esclarece-se, Domingos Lopes da Costa entrou para o Corpo Activo dos Bombeiros Voluntários de Esposende, em 31 de Julho de 1926. Porém, a 25 de Março de 1931, Domingos Lopes da Costa, pediu a exoneração de funções, alegando razões particulares.

Novo capítulo haveria de ser aberto pois, muito haveria a tratar que não, segundo soubemos em tempos mais próximos, devido às alterações havidas.
A 14 de Junho de 1926, Ramiro D’Almeida Cabral, funcionário superior da Casa Havaneza é admitido para as funções de 1º Comandante e como teria de se cumprir o estatuído, da Assembleia, para recepção de material da Corporação dos Bombeiros efectuada no edifício próprio, foram convidados para a Mesa da assembleia Geral: Presidente, Dr. Sousa e Costa; este convidou, ainda: Domingos Lopes da Costa e Joaquim Nogueira Guerra para secretários.
Aberta a sessão, feita a leitura da proposta de estatutos, um breve incidente interrompeu a sessão, mas retiraram. Confirmada a eleição dos respectivos Corpos directivos, assim constituídos:
Presidente: Alberto Fernandes de Faria; Vice – Presidente, Lourenço Costa Leitão; 1º Secretário – Filipe C. D’Almeida Gomes; 2º Secretário P.e Adelino Lopes Pedrosa; Tesoureiro, Álvaro Carvalhal; 2º Secretário – Tito José Evangelista.
Está, finalmente constituída a legalidade desta Associação dos bombeiros Voluntários de Esposende.
Anunciado a inscrição de sócios para o corpo Activo:
Artur B. Rego, 1º Comandante; Manuel Fernandes, 2º Comandante; Eduardo Rodrigues Ferreira, Adolfo Leão Sousa, Francisco Vilas Boas Júnior, Manuel Nibra, Ricardo Espírito Santo, Agostinho Ferreira, Joaquim Rodrigues Ferreira, Domingos Lopes da Costa, Joaquim Nogueira Guerra, Arlindo da Silva Pinto, Joaquim da Costa Eiras, Francisco Vilela Martins Ribeiro, Adão Martins Ribeiro, Manuel Velasco Lopes, Abílio Nunes Novo, João Costa Faria.
Dos elementos recolhidos, através de apontamentos arquivados, conclui-se a primeira e a mais importante, para a fundação desta Associação esposendense, que tem prestado muitos e bons serviços à comunidade.

Artur L. Costa